Saiba por que tanta gente está fazendo parte do movimento de êxodo da rede social que prometia ser a maior do mundo, de acordo com as projeções. Será que vale apena arriscar suas informações?
Protestar sempre foi uma arma de reivindicação de muitos grupos sociais espalhados pelo mundo. Não é raro ver notícias de que um determinado número de estudantes e manifestantes decidiu ir às ruas para declarar a sua insatisfação com alguma postura política ou consequência de ações empresariais. O fato é que os protestos, que já eram marcados pela internet, agora se voltam contra um grande espaço dela mesma.
Usuários do mundo inteiro escolheram o dia 31 de maio de 2010 para mostrar a sua insatisfação com a atual política de privacidade e as falhas de segurança que o Facebook vem praticando já faz algum tempo. O protesto já rodou o mundo inteiro e até mesmo alternativas ao Facebook já são cogitadas pelos insatisfeitos. Entretanto, existem muitos fios soltos nessa história.
Toda a história tem origem no vazamento de informações confidenciais de usuários e, em especial, um histórico de conversa do período em que o CEO do Facebook, Marc Zuckerberg, ainda cursava a universidade em Harvard, afirmava ter em suas mãos os dados de mais de 4 mil pessoas e que não hesitaria em passá-los para seus amigos, caso eles pedissem.
Para entender o caso
Apesar de ser considerada a rede social mais popular do mundo, com mais de 400 milhões de usuários, o Facebook já enfrenta alguns problemas ligados à privacidade há algum tempo. Invasões feitas a perfis para ler mensagens pessoais, roubo de informações de empresas concorrentes e uma acusação de plágio são as principais dores de cabeça de Zuckerberg no momento.
Além disso, há suspeitas de que os dados dos usuários – que deveriam ser sagrados para uma rede social do porte do Facebook – são facilmente obtidos por empresas que desenvolvem os aplicativos para a rede. Como se não fosse o suficiente, a rede ainda não permite que o usuário faça a proteção de informações importantes, como esconder dados pessoais e grupos.
Com a promessa de tornar o conteúdo produzido pelos usuários mais abrangente, o Facebook decidiu abrir as restrições de mensagens, fotos, grupos e uma série de outras informações dos seus cadastrados para toda a internet. Se observarmos uma “linha do tempo” que avalie a abrangência e a privacidade dos usuários, o resultado é um pouco complicado em termos de segurança.
Isso fica muito claro quando, em 2005, suas informações ficavam restritas aos grupos que você autorizava. Dados como nome, gênero e foto seriam liberados para todos os usuários do Facebook. Porém, nada além disso seria informado a quem estivesse fora da sua lista de amigos.
Em 2007, a rede de usuários do Facebook começou a ter suas datas de aniversário e lista de amigos divulgados para todas as outras pessoas que fizessem parte da rede social. Até aí tudo bem, seus dados ficavam apenas dentro da rede e seria necessário estar logado para vê-los.
Novembro de 2009 pode ser considerado um marco na história da privacidade de dados de usuários do Facebook. Pela primeira vez as informações como nome, gênero, foto e grupos ficariam abertas a toda a internet. Qualquer pessoa que estivesse interessada em ver essas partes do seu perfil poderia fazê-lo sem nenhum tipo de restrição.
mês seguinte garantiu que a sua lista de amigos também pudesse ser vista por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Além disso, os seus “Likes” – ou “Curti” na versão em português – ficam expostos para quem quiser ver. Mas, se você achava que não poderia ser “pior”, prepare-se até a chegada do mês de abril de 2010.
Apenas as informações de contato e a sua data de aniversário não são publicadas por aí como se fossem confetes jogados em bailes de carnaval. Esses problemas de privacidade são bastante sérios, afinal existem coisas que não devem ser espalhadas por aí. Apesar de você tê-las inserido em um site da internet, não significa que este tem a liberdade de divulgar as suas informações como bem entender.
Os riscos
Além de espalhar suas informações pela internet, as falhas de segurança do Facebook ainda permitem que usuários mal-intencionados possam usar sua conta. Esse tipo de ação é feita quando o usuário do Facebook clica, inocentemente, em um link malicioso que entrega as informações ao hacker.
Depois disso, o “malfeitor” está livre para apagar sua lista de amigos ou alterar a sua relação com esse amigo. Digamos que você declarou que estava em um relacionamento sério com alguém. De repente, algum indivíduo mal-intencionado resolve alterar esse status. Já pensou na dor de cabeça?
Existe uma solução?
Claro que sim! Apesar de ser a mais popular, o Facebook está longe de ser a única rede social da internet. Mesmo que as outras não ofereçam o mesmo grau de interatividade e os mesmos aplicativos, existem redes tão boas quanto aquela criada por Mark Zuckerberg. Aliás, existem meios de tornar as redes sociais ainda mais específicas, como é o caso de grupos criados no Ning e outros serviços.
Ainda assim, o número de pessoas dispostas a sair do Facebook já chega bastante perto dos 15 mil usuários. Pode parecer pouca gente se comparado aos quase meio bilhão de usuários que o Facebook tem na sua base de dados. Mesmo que o protesto não atinja o número esperado de usuários, já é uma incrível contribuição para a segurança de informações em redes sociais.
Corram para o Twitter!
Não são só as redes nos moldes de Facebook e Orkut que pretendem receber os “refugiados” do atual vilão das redes sociais. O Twitter é um excelente canal para continuar em contato com aquelas pessoas com as quais você conversava via Facebook.
Portanto, se você ainda não tem um Twitter, vale a pena investir nessa mídia, afinal é por ali que boa parte das pessoas pretende encontrar uma saída para a comunicação em redes sociais atualmente.
Startups que prometem!
Além disso, muitos dos usuários dispostos a sair do Facebook estão bem encantados com uma nova proposta chamada Diaspora. O projeto liderado por quatro jovens da Universidade de New York tem como objetivo desenvolver uma rede social descentralizada – ou seja, você não dependerá mais do servidor do Facebook, do Orkut ou de qualquer outra rede.
O seu computador passa a ser o próprio servidor e as informações ficam gravadas na máquina. Dessa maneira, quem tem controle sobre os seus dados é você mesmo. Então vale a pena conhecer a proposta que ainda está em desenvolvimento, mas promete sacudir o padrão de redes sociais com o qual estamos acostumados!
Os jovens desenvolvedores que precisavam de 10 mil dólares americanos para dar o pontapé inicial, já conseguiram arrecadar 186.661 dólares até agora. Todos os que contribuíram têm uma parcela do Diaspora – como acionistas.
Vale a pena esperar para ver o que esse projeto vai se tornar. Até lá, tome cuidado com suas informações na web. Afinal, não é todo mundo que precisa ficar sabendo de cada passo que você dá, não é? Se você não quiser, não precisa abandonar o Facebook, mas procure avaliar os lados da moeda... Será que vale a pena?
Fonte: TecMundo
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